Quanto investir para um atleta se tornar campeão paralímpico? Mizael Conrado explica

Em entrevista ao programa Game Changers, o secretário-geral do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) detalhou como são calculados os custos para o desenvolvimento dos atletas

Renan Prates

O secretário-geral do CPB, Mizael Conrado, em entrevista ao programa Game Changers, do InfoMoney. (Foto: Divulgação/InfoMoney)
O secretário-geral do CPB, Mizael Conrado, em entrevista ao programa Game Changers, do InfoMoney. (Foto: Divulgação/InfoMoney)

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O Brasil conseguiu nos Jogos Paralímpicos Paris 2024 o melhor desempenho de sua história, chegando pela primeira vez entre os cinco melhores no quadro de medalhas geral. Foram 25 medalhas de ouro. Mas qual é o investimento para um atleta se tornar campeão paralímpico? Com a experiência de quem comandou o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) entre 2017 e 2024, Mizael Conrado explica que é uma conta muito difícil de ser feita.

“Você tem realidades muito distintas. Tem desde um atleta de extrema limitação física, que é, por exemplo, o BC3 da Bocha. Ele precisa ter um calheiro [assistente], porque ele não consegue jogar a bolinha. Tem o S10 da natação, que tem uma deficiência no pé que traz uma disfunção física para ele, mas que não é nem visível. Então, tem muitas diferenças que impactam no desenvolvimento e consequentemente no custo desse atleta”, justificou o agora secretário-geral do CPB, em entrevista ao programa Game Changers, do InfoMoney.

Mizael Conrado ressaltou que o Comitê Paralímpico Brasileiro tem atendido 700 crianças a partir dos 7 anos, em sua sede em São Paulo, para a formação de atletas paralímpicos – o número sobe para dez mil se contar com a estrutura montada pela entidade em todos os cantos do Brasil.

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O dirigente do CPB explicou como é distribuído o orçamento da entidade para a melhoria do esporte paralímpico brasileiro no ciclo até os Jogos de Los Angeles 2028. Conrado conta que dois aspectos são levados em consideração: a meritocracia e o desenvolvimento.

 “Na lógica orçamentária hoje dos esportes, obviamente que você tem que pensar na meritocracia. Os esportes que têm medalha de ouro em Jogos Paralímpicos tem um fundo específico que eles acessam (de 15 a 30%) que é adicional ao orçamento ordinário que eles têm. Obviamente que a gente tem que pensar também naquelas modalidades que ainda não têm um resultado expressivo e, por isso, a gente tem um fundo de fomento. E esse fundo de fomento é exatamente para atender aquelas que precisam se desenvolver”, explicou.

“E é um fundo que prioriza mulheres, jovens e aquelas deficiências mais severas, aquelas que as pessoas têm mais dificuldade de investir, porque é mais difícil, dá mais trabalho. Então, por isso a gente cria tanto o reconhecimento para quem já conquistou medalhas, como também a condição para quem ainda não conquistou, que possa desenvolver o esporte e conquistar medalhas nos próximos jogos”, complementou.

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Sobre o Game Changers

Game Changers é um programa de entrevistas com as principais personalidades do esporte que mudaram o jogo em suas áreas de atuação.

Acompanhe quinzenalmente uma nova edição do Game Changers no Youtube do InfoMoney.